Peeling químico na Harmonização Orofacial

Peeling químico na Harmonização Orofacial

Compartilhar

A missão de retardar o envelhecimento: um olhar sobre o Peeling químico em Harmonização Orofacial.

O envelhecimento da pele é um processo que preocupa todas as pessoas que buscam adiar ou dar um stop nesta curva que, com o passar dos anos, atinge a todos nós. Todos os fatores extrínsecos e intrínsecos que acumulamos com o passar dos anos atingem as camadas da face e darão um retorno positivo ou negativo, se cuidarmos bem ou não do organismo.

Como profissionais de Saúde, temos que oferecer aos pacientes a melhora no padrão de saúde, ou seja, na sua apresentação da face, com todos os procedimentos da harmonização – não somente facial, mas orofacial. Afinal, somos dentistas e olhamos para regiões que somente nós temos o poder de avaliar e atuar.

Sou altamente crítico de profissionais que abandonam totalmente a Odontologia tradicional para se dedicar somente à parte facial. Isso porque há vários casos nos quais as questões faciais que incomodam os pacientes estão diretamente ligadas à perda da dimensão vertical ou a próteses com overbite/overjet mal planejadas ou executadas. Com essa visão errada, acabam fazendo procedimentos de harmonização desnecessários, cuja resolução ortodôntica ou protética correta seria melhor.

Peeling químico 

Existem vários tipos de tratamentos que visam equilibrar a face e retardar o envelhecimento. Novas opções em rejuvenescimento da pele são desenvolvidas anualmente, e os peelings químicos são uma delas. A pele não agredida pelo sol se caracteriza pelo aspecto jovial sem manchas, sem pigmentação e com textura macia. Com o envelhecimento, a renovação celular diminui e o peeling é o procedimento que acelera o processo de esfoliação cutânea, promovendo a renovação celular pelo uso de substâncias químicas. 

Os peelings químicos são comumente classificados, com base na profundidade de penetração na pele, em superficiais, médios e profundos. Os fatores que afetam a profundidade do peeling e, portanto, o grau de seus efeitos terapêuticos, incluem as propriedades do agente químico usado (concentração e pH), a técnica de aplicação do profissional e a condição e sensibilidade da pele do paciente. As indicações para peeling químico são, principalmente, cosméticas e devem ser adaptadas às preocupações e desejos específicos de cada paciente, levando em consideração a sua capacidade de tolerar o período de recuperação pós-procedimento e seu tipo de pele pela escala de Fitzpatrick.

Leia mais: Anti-aging e pró-aging: modular envelhecimento é decisão compartilhada

Os procedimentos com peeling químicos atuam diretamente no tratamento do envelhecimento cutâneo – melhorando a flacidez e as rugas – e, indiretamente, podem ter uma melhora em melasma, acne e cicatrizes, pois renovam as células. Entretanto, é preciso salientar que a derme profunda não faz parte da nossa área de atuação. Os peelings atingem três profundidades, que variam dependendo do resultado pretendido e do motivo para o qual está sendo realizado o procedimento. A substância química induz uma acelerada esfoliação e renovação celular. O peeling causa alterações na pele por meio de três mecanismos: o primeiro é a estimulação do crescimento epidérmico mediante a remoção do estratocórneo; o segundo é provocar a destruição de camadas específicas da pele lesada, pois, ao destruí-las e substituí-las por tecido mais normalizado, obtém-se um melhor resultado estético; e o terceiro é induzir no tecido uma reação inflamatória mais profunda do que a necrose produzida pelo agente esfoliante. Este agente provoca esfoliação acelerada ou injúria à pele, induzida por agentes cáusticos que provocam dano controlado, seguido pela liberação de citocinas e mediadores da inflamação, resultando em espessamento da epiderme, depósito de colágeno, reorganização dos elementos estruturais e aumento do volume dérmico. 

A profundidade depende do tipo de pele, tratamentos prévios, local anatômico, desengorduramento, técnica de aplicação, agente etc. Assim, qualquer classificação é aproximada. A mais utilizada divide os peelings em: muito superficial (camadas córnea e granulosa), superficial (epiderme), médio (derme papilar) e profundo (derme reticular). Podemos utilizar vários tipos de ácidos para realizar um peeling, seja de forma isolada ou com associações entre eles, ou em tratamentos diferentes em combinação. Esta substância deve penetrar na pele sem gerar toxidade ao organismo e, conforme a profundidade atingida, precisa ser capaz de conseguir benefícios nos tratamentos estéticos, dependendo da alteração clínica a ser tratada. As escolhas das substâncias devem ser compatíveis com o grau de penetração desejado, podendo o profissional utilizá-las superficialmente. 

Cuidados e resultados

Os resultados aparecem na primeira sessão de tratamento, mas os cuidados posteriores devem ser muito detalhados para o paciente ter uma cicatrização adequada. O uso de medicamentos oral e a aplicação tópica (os chamados pré-peelings) são, muitas vezes, indicados para evitar o efeito rebote ou de dano maior à pele. 

Recomenda-se o uso de filtro solar e hidratante, pois a pele fica muito sensível após o tratamento e a esfoliação – ação que deve ser muito bem controlada pelo paciente, que precisa ser orientado a não remover as “casquinhas”. É importante evitar a exposição ao sol durante o tratamento com peeling, para previnir o aparecimento de manchas e o envelhecimento precoce.

A recuperação é bastante rápida: de quatro a sete dias após a esfoliação, a pele já vai estar com menor sensibilidade. O uso dos peelings na clínica diária de harmonização é uma realidade, pois possibilita uma melhora e uma resposta muito mais eficaz de outros procedimentos, como toxinas e preenchedores, fazendo com que a quantidade de produto usado seja menor e o tempo entre as aplicações seja maior.