Hermes Pretel detalha o avanço dos agregados plaquetários, com dicas de protocolos para utilização das técnicas de m-ILIB, A-PRF e I-PRF.

Essa sopa de letrinhas do título representa o que de melhor temos no nosso corpo de maneira autógena para estimular o concentrado sanguíneo. Quando pensamos em concentrado sanguíneo, temos uma infinidade de possibilidades de centrifugação para alcançar aquilo que queremos.

O processo de concentração foi iniciado com o PRP (plasma rico em plaquetas), no qual eram adicionados coagulantes nos tubos associados a uma centrifugação robusta, com velocidade alta, para proporcionar intensa força gravitacional. Porém, após descobertas realizadas nos anos 2000, Joseph Choukroun desenvolveu uma nova maneira de concentrar o sangue, sem utilizar coagulantes e velocidades altas, surgindo assim a PRF (fibrina rica em plaquetas). A PRF começou a ser amplamente utilizada e refinada em diferentes possibilidades de centrifugação, dando origem ao A-PRF (predominância de fibrinogênio) e I-PRF (predominância de fragmentos celulares e células), FIGURA 1.

Em 2019, Cleopatra Nanopoulos desenvolveu a técnica conhecida como Cleopatra Technique para Harmonização Orofacial, cujo protocolo associa A-PRF e I-PRF para os procedimentos de estímulo de colágeno. Com a finalidade de potencializar o efeito da PRF, conhecendo os benefícios do laser sistêmico (m-ILIB), iniciamos um protocolo associado à estimulação com laser antes da coleta de sangue, proporcionando resultados mais efetivos nos concentrados plaquetários.

O uso do laser terapêutico vermelho de maneira transcutânea tem sido uma ótima opção como valor agregado, proporcionando estímulos sistêmicos semelhantes à hemoterapia, o que promove ação antioxidante (terapia anti-aging), aumento da saturação de oxigênio (atenuando transtornos pulmonares, como pneumonias, bronquites, enfisemas, asmas etc.), melhora da capacidade hemorreológica de hemácias (controle de alterações cardiovasculares), ativação do sistema imunológico (aumento da expressão de imunoglobulinas e interleucinas), alteração do limiar da dor (aumento da liberação de endorfinas e encefalinas, com consequente ação analgésica em dores crônicas) e aceleração de processos reparadores, bem como a bioestimulação do colágeno.

O protocolo de m-ILIB baseado no débito cardíaco é de 15 ciclos, correspondendo a 15 minutos de laser vermelho com 100 mW de potência na artéria radial de maneira transcutânea (e-lib, DMC Equipamentos – São Carlos/SP, Brasil), FIGURA 2. Após esse período, é realizada imediatamente a coleta de sangue para posterior centrifugação.

Para a centrifugação, os protocolos utilizados são específicos para cada concentrado. Aqui, vou abordar o protocolo utilizando a centrífuga e técnica descrita por Choukroun (Centrífuga Duo Quattro Process for PRF), FIGURA 3. No caso de I-PRF, utiliza-se o tubo de coleta de plástico com 13 ml, com velocidade de 700 rpm durante cinco minutos. Por outro lado, para fazer A-PRF, também é usado o tubo de plástico com 13 ml, porém com velocidade de 1.300 rpm durante cinco minutos. De posse dos concentrados, ambos são misturados para realizar o tratamento do paciente, podendo optar por intradermoterapia, dermarroler, aplicação em bolus ou em retroinjeção (FIGURAS 4 A 6).

Por fim, é sugerido que o protocolo seja reaplicado de duas a três vezes, dependendo do grau de envelhecimento de cada paciente. A recorrência do protocolo sugerida é entre 30 a 60 dias. Após a aplicação da técnica, também é recomendado utilizar a fotobiomodulação com os comprimentos de onda vermelho e âmbar associado ao infravermelho. Contudo, é importante conhecer cada vez mais possibilidades terapêuticas fotoassistidas na busca por resultados efetivos e sustentáveis nos tratamentos da HOF. O avanço dos agregados plaquetários, oferecendo de maneira autógena um biomaterial natural, os credencia para serem um verdadeiro “elixir” da HOF.