Aumento da dimensão vertical de oclusão – parte 2

Aumento da dimensão vertical de oclusão – parte 2

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Aumento da dimensão vertical de oclusão: diagnóstico e ferramentas iniciais para condução de casos multidisciplinares – parte 2

Na edição anterior, falamos sobre os grandes benefícios do aumento da dimensão vertical de oclusão (DVO) através da utilização de restaurações de resina composta fixadas de forma adesiva nos dentes posteriores1. Foi explorado, entre outros pontos, como esta opção de técnica pode facilitar a criação de espaços entre as arcadas, favorecendo a execução de casos multidisciplinares envolvendo a Ortodontia e a Odontologia Restauradora. No entanto, cabe frisar que todo artifício tem um grau de limitação e que isso não é diferente em casos de aumento da dimensão vertical de oclusão.

Um ponto importante a ser salientado é que o aumento da DVO, seja através de levantes posteriores ou mesmo anteriores, sempre fará com que a mandíbula realize um movimento de rotação no sentido horário. Este movimento da mandíbula geralmente é benéfico, pois a maioria dos pacientes que opta pelo aumento da DVO apresenta diminuição da mesma, devido à conjunção de alguns fatores, como: desgastes, perdas precoces e atividades parafuncionais. Estes pacientes com a dimensão diminuída têm características faciais bem definidas, como sulco mentolabial profundo e mento protruído, e que são amenizadas imediatamente após o aumento da DVO, na maioria dos casos (FIGURA 1).

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Porém, há um fator muitas vezes menosprezado quando se realiza um planejamento integrado, que é a relação entre o selamento labial e a profundidade do sulco mentolabial. Por exemplo, um paciente com sulco nasolabial raso e mento retruído terá um selamento labial “duvidoso” ou no limite da perda – neste caso, o aumento de DVO deve ser descartado (FIGURAS 2). É importante entender isso, pois não há um artifício sequer que justifique a perda do selamento labial passivo, já que a ausência desta condição automaticamente induz à deglutição atípica e a uma posição mais protruída da língua em repouso, que são os principais fatores etiológicos da mordida aberta.

Nessa linha de raciocínio, um dado muito importante a ser observado antes de fazer o aumento da DVO é a análise facial. Ou seja, observar a proporção entre a altura facial anteroinferior e a altura facial anterior média, que deve guardar a proporção de um para um (FIGURA 3)2.

Obviamente, em qualquer caso em que o aumento de DVO seja planejado, há vários fatores a serem observados e analisados. A Odontologia atual envolve o conhecimento de diversas áreas e qualquer alteração que mude o selamento labial pode alterar drasticamente todo o sistema, desencadeando alterações estéticas e fisiológicas indesejáveis. Por isso, deve-se enfatizar que a análise facial não tem somente valor estético, sua importância engloba também função e fonética, impactando casos multidisciplinares nos quais as disciplinas de Ortodontia, Odontologia Restauradora e Harmonização Facial estão envolvidas.

Referências

1. Rodrigues M, Scopin O. Aumento da dimensão vertical de oclusão – diagnóstico e ferramentas iniciais para condução de casos multidisciplinares – parte 1. Revista Face 2021;3(1):86-8.
2. Rodrigues M. Técnica Straight Wire simplifi cada (1a ed.). Maringá: Dental Press Editora, 2004.