À procura do belo

À procura do belo

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Roger Kirschner aborda os tratamentos minimamente invasivos para alisar a pele e remodelar o tecido adiposo.

Como sabemos, o rejuvenescimento facial é almejado pela maioria da população, já que os sinais do envelhecimento são inevitáveis a partir de uma certa fase da vida. Sendo assim, a Estética vem buscando maneiras de diminuir a velocidade com que estes sinais aparecem.

À medida em que a expectativa de vida da população aumenta, cresce também o interesse por retardar os sinais do envelhecimento, ou seja, há uma busca por pele jovial, sem manchas e sem rugas.

Com a elevada demanda pela beleza eterna, o profissional precisa estar muito atento para analisar os métodos que podem ser usados, a sequência e o planejamento para uma boa harmonização facial.

A aparência e a manutenção do belo preocupam o homem desde a antiguidade, levando a práticas cosméticas que ativam a vaidade. A pele é o maior órgão do corpo humano e um marcador real da idade cronológica, sendo muito importante para o psiquismo do indivíduo, pois o envelhecimento é um processo dinâmico e imutável que atinge todos os sistemas do organismo. Isso leva a alterações cutâneas provocadas pela ação extrínseca e intrínseca sofrida com o passar dos anos, atingindo dimensões mais abrangentes do que a simples coloração, textura e elasticidade da pele.

O envelhecimento é um fenômeno fisiológico que afeta sobretudo o tecido colágeno, componente fundamental do tecido conjuntivo que vai perdendo sua maleabilidade, juntamente com a elastina – outro componente do mesmo tecido. Com a diminuição destas funções e, principalmente, a degeneração das fibras elásticas, as camadas de gordura sob a pele não conseguem se manter uniformes. Esse fator associado à redução de estímulos, nutrição e velocidade de troca de oxigenação dos tecidos provoca a desidratação da pele, o que resulta no surgimento das rugas cutâneas. Com o avançar da idade, as rugas são produzidas de forma progressiva em virtude de uma depressão da junção dermoepidérmica, que pouco a pouco perde sua ancoragem e sua adesão às fibras elásticas da derme superficial, fazendo uma subtensão na rede das fibras colágenas.

Conforme a pessoa envelhece, a pele começa a ficar flácida. A flacidez redundante facial, cervical e corporal é uma das principais características do envelhecimento. Há poucos anos, as opções para o tratamento da flacidez da pele eram apenas cirúrgicas, envolvendo hospitalização, anestesia e um período de recuperação prolongado. Com a evolução da tecnologia, os procedimentos estão gradualmente sendo substituídos por técnicas minimamente invasivas. Portanto, as técnicas de rejuvenescimento não ablativo, como microagulhamento, fios, uso de bioestimuladores, radiofrequência não ablativa, peelings, mesclas, lasers infravermelhos, toxina botulínica e preenchedores, estão se tornando mais populares.

Os tratamentos minimamente invasivos para alisar a pele e remodelar o tecido adiposo são indicados para três grupos de pacientes: 1) o grupo mais jovem, que deseja prolongar a jovialidade dos tecidos moles sem cirurgias tradicionais, cicatrizes e tempo longo de recuperação; 2) pacientes de meia idade que apresentam frouxidão de partes moles, mas ainda sem recomendação para procedimentos mais invasivos e que necessitam de tratamento não monoterápico para resolver as suas queixas; 3) grupo composto por pacientes que necessitam de procedimentos excisionais tradicionais.

Os tratamentos ablativos que visam a remodelação e o estímulo de colágeno, tão essencial na busca pela eterna juventude, são preconizados na clínica diária há muito tempo, pois não limitam a vida pessoal do paciente. Sabidamente, a remoção da epiderme de forma mecânica ou química favorece a liberação de citocinas e migração de células inflamatórias, que culmina na substituição do tecido danificado por um tecido cicatricial. Os peelings químicos médios e profundos, como de tratamentos ablativos, são bem difundidos pelo incontestável estímulo na produção de colágeno, o que resulta na atenuação de rugas, melhora da textura, brilho e coloração da superfície cutânea, correção de cicatrizes deprimidas, além de aliviar o fotodano.

Em contrapartida, a recuperação desses procedimentos é longa e resulta em tecido sensível, sujeito à hiperpigmentação pós-inflamatória e fotossensibilidade, somado ao risco de complicações como formação de cicatrizes hipertróficas, eritema persistente e discromias. Atualmente, observa-se a tendência à indicação de procedimentos menos invasivos isolados ou em associação, objetivando a redução do risco de complicações e retorno mais precoce às atividades diárias.