A estética orofacial e as terapias biofotônicas
(Imagem: Shutterstock)

A estética orofacial e as terapias biofotônicas

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Vale a pena incorporar as terapias biofotônicas nos procedimentos de Harmonização Orofacial? Meire Maman faz uma análise sobre o tema.


Como realizar os procedimentos estéticos faciais no consultório sem o auxílio da fototerapia? Eu, particularmente, já não consigo imaginar minha rotina clínica sem dispor dos equipamentos de laser e LED em meus atendimentos. Tratam-se de itens básicos e essenciais para oferecer qualidade e conforto ao paciente, assim como o fotopolimerizador é indispensável quando se faz uma restauração em resina.

É muito bem descrita na literatura a capacidade das terapias biofotônicas, que inclui a ação do laser e do LED em promover a reparação, a analgesia, a drenagem linfática e o controle da inflamação. Efeitos que são desejados pelo profissional e pelo paciente após um procedimento estético e são exaustivamente explicados nos artigos científicos, ou até mesmo em redes sociais, mas o profissional de Saúde não questiona: como é possível uma única terapia ter tantas funções?

Ao invés disso, infelizmente, a principal questão que escuto nos cursos é: “qual é o protocolo de aplicação?”. Diante desse tipo de questionamento, fica a sensação de que esse profissional quer atuar na área de Saúde sem entender o que está realmente fazendo. Para ele, somente o “como faz” já seria o suficiente.

Atualmente, existem milhares de artigos científicos que descrevem diferentes técnicas, protocolos e doses com resultados positivos do uso do fóton (menor partícula da luz) para ativar os processos bioquímicos em nosso organismo. No entanto, na maioria das vezes, o profissional clínico tem dificuldade de compreender a essência desses artigos, já que ele desconhece as bases físicas do laser e dos conceitos biológicos da interação luz/célula.

Quando trabalhamos com luz, temos de respeitar os princípios ópticos de absorção pelos tecidos, pois cada fototipo de pele irá absorver, refletir e transmitir a luz de forma diferente. Cada cor de luz, visível ou não, irá interagir com estruturas celulares e produzir efeitos específicos. Inclusive, é a cor da luz – que denominamos comprimento de onda – que vai determinar, inclusive a profundidade de ação da terapia fotônica.

É importante também ter a compreensão de que a dose não é somente um número, e sim a composição de variáveis físicas, como a potência do equipamento, o tempo de exposição e a área do feixe de luz, e que esse conjunto de informações vão interferir nos resultados. Considerando que não é somente a dose que importa no resultado, a mesma dose no fototipo de pele 1 não terá os mesmos efeitos que no fototipo 5. E isso é um dado muito importante se vamos atuar na estética facial, tanto no reparo da pele como na terapêutica pós-procedimento estético.

E ainda existe mais uma pergunta que deve ser feita: como um único instrumento pode modular e beneficiar todos os tecidos biológicos?

O fato é que, uma vez que há o controle das variáveis físicas, é possível modular todos os tecidos biológicos, já que lhes são devolvidos os reequilíbrios energético e respiratório da célula. Ou seja, há o restabelecimento da saúde celular. Vamos lembrar que todas as células têm um denominador em comum, que é a necessidade de produzir a sua própria energia através dos fenômenos bioquímicos da respiração celular. As terapias biofotônicas são capazes de atuar nesta cascata bioquímica.

Com essas colocações, fica fácil a percepção de que não há a possibilidade de introduzir as terapias biofotônicas nos seus procedimentos sabendo apenas o protocolo padrão.

Da mesma forma, vale a pena investir seu tempo para estudar as propriedades físicas da interação da luz com a biologia celular, o entendimento dos eventos bioquímicos desencadeados, os diagnósticos precisos e a interpretação da lesão e dos tecidos para iluminar o tecido com o protocolo correto e obter o efeito desejado. As terapias biofotônicas são uma Ciência e devem ser tratadas como tal. Como qualquer outra terapia, existe uma escalada de aprendizado necessária para entender e poder usufruir de todo o seu potencial.

Ainda está na dúvida se realmente vale a pena incorporar as terapias biofotônicas nos seus procedimentos? Então, faço um convite para você pesquisar no Google acadêmico as palavras “laser therapy review”. Será muito interessante para ter uma ideia da quantidade de aplicações desta terapia.

Confira todas as edições da coluna “Terapias Biofotônicas” produzidas por Meire Maman.

 

Meire Maman
Mestra pelo Programa de Pós-graduação em Cirurgia Plástica – Unifesp; Especialista em Periodontia – Abeno/SP, Professora colaboradora – Nupen; Fundadora da Fotobio – Cursos livres sobre Terapias Biofotônicas.
Orcid: 0000-0002-4499-0048.