É tempo de reconhecer a nossa verdadeira área de atuação

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Primeiramente, gostaria de expressar a minha satisfação em estar à frente deste promissor veículo de difusão de conhecimento. É uma responsabilidade muito grande filtrar a imensa gama de informações disponíveis, de modo a compilar ciência aplicada em Odontologia multidisciplinar. Sim, esse é um dos principais objetivos da revista FACE: difundir conhecimento consistente e aplicado à atuação clínica nas principais áreas envolvidas na Reabilitação Oral: Prótese Dentária, Dentística, Periodontia, Ortodontia, Implantodontia e Harmonização Orofacial, dentre outras.

O segundo objetivo desta publicação é pontuar, diante de toda a nossa classe, que a área legítima de atuação do cirurgião-dentista abrange a região disposta entre os pontos trágus (bilaterais) e entre o osso hioide e a linha do tríquio. Diversos cirurgiões-dentistas permanecem exercendo a Odontologia limitada apenas à cavidade oral: uns por opção (o que considero legítimo se for uma escolha consciente); outros, pelo desconforto de romper paradigmas e sair da zona de conforto (estes, considero que o mercado exigirá algum movimento de ruptura com antigos padrões); e outros, por não se sentirem seguros para atuar sem o devido conhecimento científico e clínico (e para esses a revista será especialmente útil, aliada aos mais diversos cursos de capacitação de qualidade em cada área).

Penso que a denominação popular “dentista” restrinja, pela própria palavra, a atuação do profissional de Odontologia na face. Contudo, em toda a nossa prática clínica, usamos referências faciais (extraorais) para tratar adequadamente os dentes e, quanto mais aprendemos a observar a face e a integrá-la com o indivíduo como um todo, tornamo-nos melhores cirurgiões-dentistas. Estamos respaldados por lei a atuar na face e, definitivamente, demoramos até demais para assumir que a atuação do cirurgião-dentista vai muito além do cuidado com os dentes. A Odontologia sempre foi a área da Saúde responsável por “harmonizar” dentes e sorriso, sorriso e face, face e indivíduo.

Enfatizo, contudo, que essa abrangência terapêutica inspira cuidados: precisamos estar igualmente dispostos a ampliar e aprofundar nosso conhecimento, uma vez que a disponibilidade de ferramentas e técnicas para o sucesso da reabilitação orofacial é diretamente proporcional às evidências científicas e ao respeito aos limites biológicos e psicológicos das nossas terapias.

Toda ferramenta é válida, desde que adequadamente empregada. Os profissionais devidamente capacitados, munidos de conhecimento científico e habilidade técnica, estarão mais próximos do sucesso e da satisfação plena dos seus pacientes, em área de atuação que exige multidisciplinaridade.

Dessa forma, eu venho em nome da minha equipe de editores, dos valorosos membros de nosso Conselho Científico e de todos os profissionais responsáveis por este veículo de informação para assumir sua missão. A revista FACE se compromete com a seleção e a produção de conteúdo consistente e aplicável à sua prática clínica, disposto a oferecer informações de maneira objetiva e fácil de ser absorvida, para que você obtenha atualização e amplie cada vez mais a sua área de atuação com segurança.

Diante do desafio constante de fazer uma revista cada vez melhor, convido a cada um de vocês para estar ao nosso lado nessa missão de levar mais qualidade para a Odontologia brasileira. Envie-nos seus melhores artigos, compartilhe conosco suas ideias usando as redes sociais.

A partir de agora, a revista FACE inicia sua trajetória. Seja bem-vindo! Nossa porta e nossas páginas estão abertas a todos aqueles que desejam fazer mais pelos seus pacientes.

Maristela Lobo

Editora científica da revista FACE.