A bioestimulação com o laser e o LED
(Imagem: Shutterstock)

A bioestimulação com o laser e o LED

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As terapias biofotônicas representam um grande avanço no arsenal terapêutico para oferecer tratamentos de excelência na Odontologia. É vasta a diversidade de indicações, e estão relacionadas com a dosimetria empregada e a alteração térmica produzida nos tecidos. Por exemplo, o laser de alta potência permite incisões cirúrgicas precisas e sem sangramento. Por outro lado, o laser de baixa intensidade e os LEDs (Light Emitting Diodes) produzem pouca variação térmica, sendo indicados para o controle da inflamação, da dor e como estímulo à reparação tecidual. Recentemente, as terapias biofotônicas de baixa potência têm despertado um crescente interesse no gerenciamento do envelhecimento da pele, tratamento de acne e como adjunto de tratamentos ablativos dermatológicos.

Há cinquenta anos, desde a publicação do médico Endre Mester, em 1967, relatando os efeitos do laser na bioestimulação, foram produzidos milhares de estudos científicos, com resultados experimentais e clínicos que demonstram os benefícios terapêuticos do laser e impulsionam novas pesquisas nos diversos campos da saúde.

A evolução da compreensão dos mecanismos moleculares da interação laser/célula incentivou a incorporação do laser de baixa intensidade na clínica.

Atualmente, é amplamente difundido o conceito de absorção da luz por aceptores específicos presentes na mitocôndria e na membrana celular, que desencadeiam eventos bioquímicos no metabolismo e resultam no reequilíbrio da cadeia respiratória, na produção de energia (ATP) e na síntese de DNA. O resultado desses eventos é o restabelecimento da saúde celular.

O LED e o laser são empregados para a modulação celular ativada por fótons, devido à alta eficiência na emissão de luz com propriedades físicas que otimizam a absorção pela estrutura biológica na qual se deseja atuar.

Esse processo recebe a nomenclatura de fotobiomodulação (FTBM), mas encontra-se na literatura citações, como “laser de baixa intensidade”, “low level laser therapy” (LLLT), “laserterapia” e diversos nomes relativos ao emprego de doses de energia luminosa que respeitam o limiar de sobrevivência da célula.

Os efeitos benéficos da FTBM sobre a vascularização, na celularidade envolvida no reparo tecidual e no aumento da síntese de colágeno, são bem estabelecidos na literatura científica e é natural a transposição das bases terapêuticas da FTBM para a estética facial na gestão do envelhecimento precoce e danos solares.

Nos tempos modernos, o campo de atuação da Odontologia tornou-se mais abrangente, incorporando procedimentos que resultam na harmonização orofacial para obtenção do perfeito equilíbrio estético e funcional entre o sorriso e a face.

Dessa forma, a revista FACE também publicará estudos, revisões de literatura e relatos de casos clínicos que empregam a luz para induzir a fotobiomodulação tecidual, a desinfecção através da técnica da terapia fotodinâmica (PDT – photodynamic therapy), o clareamento dental fotoacelerado, as técnicas ópticas de diagnóstico e o uso do laser de alta intensidade, com o propósito de alcançar a almejada harmonização orofacial.

Convido os profissionais e pesquisadores que atuam no equilíbrio estético-funcional orofacial a compartilharem suas experiências clínicas com as terapias biofotônicas e assim, todos juntos, propagar a prática segura dos novos horizontes da Odontologia baseada em evidências científicas.

Finalizo, exprimindo uma enorme satisfação pela oportunidade de participar deste corpo editorial, que tem uma proposta inovadora de atuação profissional e um grande comprometimento com a disseminação do conhecimento.

Meire Maman

Mestra pelo Programa de Pós-graduação em Cirurgia Plástica – Unifesp; Especialista em Periodontia – Abeno – SP, Professora colaboradora do Nupen; Fundadora da Fotobio – cursos livres sobre terapias biofotônicas.