Bioestimuladores: uma seleção de conteúdos

Bioestimuladores: uma seleção de conteúdos

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Acompanhe a compilação de três artigos direcionados a três diferentes bioestimuladores: hidroxiapatita de cálcio, ácido poli-Llático e policaprolactona.

Com novas tecnologias e produtos surgindo a cada ano, o profissional e o paciente têm acesso a uma gama cada vez maior de preenchedores que oferecem opção anti-aging versátil e não cirúrgica para aumento de volume e contorno facial.

O preenchimento de tecido ideal para aumento dérmico deve ser não alérgico, durável, fácil de injetar, “amigável ao usuário”, econômico e maleável o suficiente para fornecer uma aparência natural e sutil à face do paciente. Além disso, precisa degradar naturalmente, não requerer reconstituição ou refrigeração, ter longa vida útil, evocar o mínimo de dor em injeção, requerer tempo de inatividade mínimo e exibir poucos efeitos colaterais.

Ainda não temos um produto que seja opção unânime em todos os requisitos. Mas o profissional com conhecimento técnico e científico das propriedades e indicações de cada preenchedor leva vantagem. Uma boa análise facial associada ao conhecimento e à habilidade operatória permitirá o planejamento de um tratamento personalizado à demanda individual de cada face e de cada sorriso. E o resultado alcançado terá um altíssimo grau de satisfação.

Nos últimos anos, cresceu bastante a demanda por preenchedores que apresentem tempo de efeito mais duradouro do que o ácido hialurônico e que sejam estimuladores de produção de colágeno. A seguir, acompanhe a compilação de três artigos direcionados a três diferentes bioestimuladores: hidroxiapatita de cálcio, ácido poli-Llático e policaprolactona (PCL).

TZIKAS TL. A 52-MONTH SUMMARY OF RESULTS USING CALCIUM HYDROXYLAPATITE FOR FACIAL SOFT TISSUE AUGMENTATION. DERMATOL SURG 2008;34(SUPPL.1):S9-15.

POR QUE É INTERESSANTE: é uma revisão clínica em grande escala que demonstra a segurança e eficácia do Radiesse – um preenchedor à base de hidroxiapatita de cálcio injetável (CaHA) – em sulcos nasolabiais, linhas de marionete e outras áreas do rosto.

DESENHO EXPERIMENTAL: estudo coorte prospectivo. O CaHA foi injetado em 1.000 pacientes (886 mulheres e 114 homens, com idades entre 21 e 85 anos) com diferentes necessidades estéticas faciais durante um período de 52 meses. Dados foram coletados, especialmente, referentes à segurança e ao tempo de duração.

OS ACHADOS: em relação à segurança, o CaHA foi bem tolerado. Os efeitos colaterais mais comumente relatados foram eritema e equimoses. Esses efeitos foram leves e transitórios, e geralmente resolvidos em duas semanas. Duração do efeito: houve uma alta taxa de satisfação inicial, com a maioria dos pacientes apresentando persistência de, pelo menos, 80% de efeito após um ano de tratamento. Em geral, o CaHA persistiu por pelo menos um ano na maioria dos locais, na maioria dos pacientes. A partir de 1,5 ano, os resultados variaram, dependendo de fatores como idade, profundidade da depressão, localização e espessura do tecido. Outra observação importante foi que os volumes de injeção necessários com Radiesse foram consideravelmente menores do que os necessários com produtos de colágeno ou ácido hialurônico. Além disso, ao contrário dos materiais de ácido hialurônico, que normalmente requerem um certo grau de hipercorreção, uma abordagem conservadora é melhor com a injeção de CaHA.

CONCLUSÃO: o Radiesse é eficaz e bem tolerado para uma ampla gama de indicações de correção estética facial. Os eventos adversos foram menores e a maioria resolvida sem tratamento. Nenhum evento adverso sério relacionado ao produto foi relatado. Alguns pacientes experimentaram efeitos menores, como vermelhidão, inchaço, coceira e hematomas, que são comumente vistos com qualquer material injetável, incluindo colágeno e ácido hialurônico. Esses efeitos foram resolvidos dentro de alguns dias pós-injeção. A incidência de nódulo foi inversamente relacionada à própria experiência do operador, e também facilmente revertida. Por fim, para os autores, Radiesse tem vários atributos que o tornam particularmente apto para o contorno facial. É altamente biocompatível, com reações agudas mínimas à injeção e nenhum efeito colateral sério. As partículas de CaHA se fixam na posição ao longo do tempo, não migram e assumem as características naturais do tecido mole à medida que o novo colágeno é depositado.

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KIM JS, IN CH, PARK NJ, KIM BJ, YOON HS. COMPARATIVE STUDY OF RHEOLOGICAL PROPERTIES AND PRECLINICAL DATA OF POROUS POLYCAPROLACTONE MICROSPHERE DERMAL FILLERS. J COSMET DERMATOL 2020;19(3):596-604.

POR QUE É INTERESSANTE: este estudo foi realizado para comparar as características reológicas, eficácia pré-clínica e segurança de um novo preenchimento à base de policaprolactona (PCL), o SF- 01 (microsphere-based dermal filler – SF-01, Samyang Biopharmaceuticals Corp), com um outro já licenciado, o nonporous PCL microsphere-based dermal filler (PCL-01) – Ellanse M, Aqtis Medical BV. Embora não haja uma modalidade de tratamento definitivo para a correção das complicações por preenchimento de ácido hialurônico, os autores demonstram o manejo de algumas delas, minimizando a morbidade para o paciente.

DESENHO EXPERIMENTAL: estudo experimental em animal. Em um primeiro momento, foi avaliada a viscoelasticidade do PCL. Em seguida, ratos sem pelo foram injetados com o preenchedor e avaliados quanto à eficácia com um folliscope (LeedM – Seul, Coreia do Sul) e Primo (GFMesstechnik, GmbH – Alemanha). Primo é uma ferramenta de medição biomédica ótica 3D da pele, um dispositivo sem contato que usa projeção de tarja digital com um microespelho. Foi desenvolvido com base na franja digital de última geração de técnicas de projeção, com uma ampla gama de possibilidades de medição de μm a mm por ótica de gravação de precisão. Para testar a durabilidade e migração do produto, Primo e um folliscope foram usados imediatamente após a injeção (0 dia) e quatro, oito, 12 e 24 semanas após a administração, para observar a retenção de forma, migração e volume, a fim de confirmar a forma da amostra e o grau de vazamento durante a administração in vivo.

OS ACHADOS: SF-01 foi superior ao PCL licenciado no volume inicial, na taxa de aumento e na durabilidade in vivo. A migração do preenchimento injetado não foi confirmada. A elasticidade e a viscosidade também demostraram tendência a ser menores do que as do Ellanse, resultando assim em menos reação de corpo estranho em corpo vivo.

CONCLUSÃO: de acordo com este estudo, o SF-01 (preenchedor dérmico baseado em microesferas PCL poroso) demonstrou ser superior em durabilidade e manutenção de forma, em comparação com o Ellanse (preenchimento dérmico baseado em microesferas PCL não poroso). A segurança in vivo foi equivalente nos dois produtos comparados.

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FITZGERALD R, VLEGGAAR D. FACIAL VOLUME RESTORATION OF THE AGING FACE WITH POLY-L-LACTIC ACID. DERMATOL THER 2011;24(1):2-27.

POR QUE É INTERESSANTE: discute as técnicas usadas com ácido poli-L-láctico (PLLA) e garante uma aplicação segura e eficaz. Destaque para o fato de que este é um agente não só preenchedor, mas um estimulador do próprio colágeno do hospedeiro, que atua para volumizar o tecido de maneira gradual, progressiva e previsível.

DESENHO EXPERIMENTAL: revisão da literatura associada a experiências clínicas dos autores. Demonstração de uma série de casos que ilustram desde anatomia, planejamento, técnica, complicações até resultados.

OS ACHADOS: as diferenças técnicas entre o uso de agentes bioestimuladores e preenchimentos de reposição são simples e diretas, mas são extremamente importantes para o uso seguro e bem-sucedido desses produtos. Além de ganhos em percepções técnicas que melhoram a aplicabilidade do produto, o artigo revela também o reconhecimento satisfatório do resultado do tratamento com PLLA. Esse material não é usado diretamente em rugas, linhas e dobras, mas em várias áreas do rosto em uma tentativa de abordar a perda de volume que leva ao seu aparecimento – e não somente nas dobras e rugas em si. O efeito não é imediato, leva algum tempo, mas é mais duradouro do que o efeito de preenchedores à base de ácido hialurônico.

CONCLUSÃO: bons resultados podem ser obtidos com PLLA e com menor quantidade de produto, se comparado a preenchedores de ácido hialurônico. Resultados muito agradáveis podem ser obtidos com quantidades mais conservadoras de produto em pacientes mais jovens ou com face em preparo ao envelhecimento. É um excelente produto, mas exige consciência e atenção do profissional, com a metodologia de injeção específica para minimizar ainda mais os efeitos adversos.

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