A evolução muito além do material aplicado
(Imagem: Shutterstock)

A evolução muito além do material aplicado

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Evolução: Márcia Viotti destaca a necessidade de realizar uma avaliação criteriosa, valorizando as características e as indicações de cada paciente.

O segmento de bioestimuladores para formação de colágeno na face tem apresentado uma interessante evolução nos últimos anos, com preenchedores à base de ácido hialurônico, hidroxiapatita de cálcio e ácido poli-L-lático. No entanto, ao receber notícias sobre as promissoras novidades lançadas pela indústria de materiais, construímos a percepção equivocada de que o preenchedor A ou B é que garante os resultados fantásticos, esquecendo-se de tudo o que cerca um tratamento profissional de Harmonização Orofacial.

Antes de aprofundar qualquer discussão sobre a ação do material, é importante que o profissional responsável pela aplicação amplie sua compreensão sobre o diagnóstico da face. É imprescindível realizar uma avaliação criteriosa, valorizando as características e as indicações de cada paciente.

Devemos lembrar que a escolha do material não deve ser feita somente em função do seu custo. Essa decisão deve considerar também o conhecimento que o aplicador detém sobre suas características reológicas, bem como o domínio na técnica de aplicação e o profundo conhecimento anatômico.

Materiais recém-lançados no mercado devem ser avaliados quanto ao produto utilizado na fabricação, técnica de produção, técnica de aplicação, classificação quanto à durabilidade e, principalmente, se o fabricante possui departamento de respaldo ao profissional aplicador.

No momento do planejamento, o profissional deverá lembrar que cada região da face possui suas peculiaridades anatômicas: regiões com ou sem suporte ósseo; com músculos mais ou menos robustos; com diferentes profundidades; com maior ou menor presença de ligamentos de retenção; com passagem de artérias e veias de diferentes calibres; com maior ou menor vascularização; com ou sem cartilagem; com maior ou menor presença de gordura e assim por diante.

Não podemos conceber a ideia de o aplicador não ter o devido conhecimento anatômico da face quando se pensa em realizar procedimentos minimamente invasivos. Todas essas características, aliadas à correta avaliação do paciente quanto à idade, tipo de pele, características pessoais e custo do material, irão auxiliar o profissional na escolha do material mais adequado para a região a ser aplicada.

Resumindo, podemos dizer que a escolha do material aplicado é importantíssima, assim como o conhecimento anatômico adequado, o diagnóstico e o planejamento realizados corretamente, e o domínio da técnica de aplicação. É o conjunto que proporciona um melhor resultado final e a satisfação do paciente, além de minimizar os riscos de intercorrências. Cada um desses aspectos precisa evoluir junto com o material promissor que você pretende comprar. Só depende de você.


Márcia Viotti
Especialista em Dentística – Unicastelo; Habilitada em Harmonização Orofacial – MARC Institute-Miami; Anatomista MARC Institute/Instituto Altamiro Flavio; Professora em cursos livres de Harmonização Orofacial.